Na disputa por uma vaga no Grupo de Acesso I do Carnaval Virtual, o GRESV Coruja Negra apresentou o enredo que levará para o seu desfile oficial de 2023.
De autoria de Thiago Borges, a azul, vermelho e preto, de Praia Grande/SP, irá defender o enredo “O menino negro do futuro”.
Confira abaixo a sinopse do enredo divulgada pela escola:
A coruja negra apresenta ” O menino negro do futuro “
O menino negro do futuro em um mundo sem racismo. Poderíamos imaginar que ele teria melhores oportunidades, igualdade de direitos e respeito na sociedade. No entanto, em um cenário catastrófico de perda da cultura negra, qual seria o destino dessa criança?
Esse é o futuro do nosso menino, porém o povo preto parou de se empoderar e esse garoto não conhece a sua história, o passado dos seus ancestrais, e se sente perdido por não saber quem ele é ou de onde veio.
Em busca desses respostas ele recorreu a um Velho baú que pertencia ao seu avô, o garoto se depara com diversos artefatos, fotografias e “coisas estranhas”.
Ao abrir o livro ele começa a viajar em suas páginas. O garoto começa a conhecer a história de seus vários povos que brigaram por justiça e igualdade.
Logo ele ler sobre orixás e deuses que com o tempo foram esquecidos. Dentro desse sonho em forma de leitura ele conhece Oxalá, que lhe oferece sabedoria e paz, Nanã que mostra como o homem foi feito através do barro e como seus ancestrais vieram ao mundo. E também Obaluaê apresenta tantos de seus antepassados que foram curados pelos seus rituais.
Ouvindo um batuque que é um dos pilares da religião e cultura do povo preto ele ver as danças, o semba e como tudo era muito rico em todos os aspectos. Os animais, plantas e ervas…
Também percebe que o homem branco traficou seus iguais e lhe fizeram sofrer muito. Viu líderes, reis e rainhas virarem escravos e nesse obscuro capítulo se pergunta o porque de tanto sofrimento.
Vendo seu povo já no outro lado da Calunga Grande resistindo como panteras negras, vê seu povo também crescendo e lutando pelos seus direitos e isso faz ele se empoderar com todas essas historias. Daí vem a vontade de recomeçar essa luta que foi esquecida, reescrever a história como os grandiosos Djamila, Zumbis, Dandaros e Marielles que lutaram muito e ganharam voz na sociedade. Ele quer ser como um deles, até como um samurai negro.
Ao final do livro o garoto percebe que seu avô queria deixar um legado e esse legado seria ele. Voltando para a sua atual realidade futurística entende que seu povo lutou muito para que sua história seja esquecida, então ele dedica a sua vida a contar como um velho griô as histórias do povo preto para outros garotos pretos passando a mensagem de que o povo preto nunca deve esquecer de onde vieram e o porque são tão especiais.
A Coruja Negra deixa a mensagem final de que sempre vai existir um griô em cada geração, aos pés de uma árvore contando histórias do povo preto.