A escola de Tanabi/SP apresentou o enredo que levará para a disputa do Grupo de Acesso I do Carnaval Virtual em 2023.

Pavilhão oficial da agremiação
De autoria de Lucas Carneiro, a branco, vermelho e amarelo ouro lançou o enredo “Ypy Ra Ouêra – Os Encantos da Natureza aos olhos de Manequinho Lopes”.
Confira abaixo a sinopse do enredo divulgada pela agremiação:
Ypy Ra Ouêra – Os Encantos da Natureza aos olhos de Manequinho Lopes
APRESENTAÇÃO
Escrevo essa carta para que o tempo não esqueça de quem foi meu avô…
Tal qual minha imaginação, convido a todos a embalarem nas memorias que tenho sobre quem tanto me amou, podem me chamar de inseto, pois assim com tanto carinho ele, Manequinho Lopes, me chamava desta forma, porque era eu como teu mundo visto de forma pequena e encantadora que ele via todos os seres deste mundo também assim.
Na natureza compreendeu Maneco que tudo aquilo que nela vive, desde as pedras no teu caminho, água do riacho que passa, os seres que ali nascem, como madeira podre que cai sobre as folhas no chão, que tudo que é da natureza, assim num belo dia retornara a ela e ele entendia que isso era como uma dadiva a se tornar verdadeiramente parte da fauna e flora.
E é sobre esse encanto que ele retorna a vida, para reviver suas memorias, sendo parte dela, da natureza, surgindo de madeira podre no fundo do quintal da nossa serpente de ouro, igual surgiu seu maior feito em vida ,o parque do IBIRAPUERA.
Entre memorias de sua infância, teus relatos trazem para mim encantos sobre tuas andanças de criança, ao descer da serra, o carinho que agarrara pela cidade de São Paulo desde pequeno, algo de encantar-se.
Assim como se encantara pela metrópole, apaixonou-se por pequenos seres que andavam em teu jardim, eram formigas pequeninas, aranhas majestosas a tecer suas teias e tantos seres que invadiam teu quintal que logo ali virava um dos mais belos jardins que de tanto brilho que reluzia sobre seus olhos virava um encantado vitral vivo.
Mas logo ele menino dentre suas recordações deixou seu quintal, para ir caminhar sobre o mundo, aprendendo com os mestres mundo a fora, se encantando entre passagens de Suíça a França de França a Alemanha até retornar aos braços de sua nação. Tão bem formado quanto moço, Manuel voltou ao Brasil como uma salvação a lavoura, trazendo os teus olhos que viram o mundo a solução para as cultivações do país.
Com os saberes da cabeça para os campos , Manuel se embalava entre a frase, “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”, era ele contras pragas que assolavam as plantações, desde as Saúvas sobre a cana de açúcar, as Brocas no Café, as Lagartas entre o algodão.
No controle das criaturas do sertão, o povo da roça reluzia tal qual vagalumes sobre a noite, tão gratos a ajuda do entomólogo*( quem estuda insetos) , que logo tornou a ser reconhecido pelo país , que retornava teus olhos para os frutos e florações que precisavam então também do paisagista que era.

Logo oficial do enredo
Foi no florescer das oportunidades, que o paisagista retornará a São Paulo, agora ele era responsável por deixar mais colorida a cidade dos operários, o verde floresce, mas entre as abelhas da metrópole a cor inconfundível dos ypes surge desde o alto da paulista até na avenida São João.
De Flores, Arvores, Arbustos, entre outros pequenos encantos surgiu em meio a cidade, parques para o lazer deste povo paulista no trabalho do então botânico.
Além de encantar entre as folhas da arvore, Manuel se deitara sobre as páginas do jornal que por mais de 20 anos escreveu, surge então o jornalista a falar daquilo tudo que entendia e queria ensinar sobre o plantar.
Na paixão por São Paulo foi na Vila Mariana que se encontrou, não tão pouco fez seu lar, mas também no bairro se dedicou ao seu trabalho, sobre os portões de sua casa resplandeceu rosas que se espalharam por ali.
Diante de tantos caminhos, tal como uma romaria não muito distante passavam bois por ali, que não tão pouco distante, vinham de onde viria seu maior feito em vida e presente a cidade. Vinham estes bois de caminhos de mata , vinham de caminhos de quem não tem caminho para caminhar, de quem Caminhava por cima das folhas, por todo lugar.
Era de caboclo, era de aldeia, de índio, a terra chamada ypy ra ouera, madeira podre que aos olhos de Maneco era mais que madeira, era a terra viva, que de pântano, de solo enxarcado nasceram eucaliptos para darem espaço do que seria berço, recanto e encantos seus.
Eis o parque do Ibirapuera, eis o viveiro do entomólogo, eis o encanto do botânico e o resplandecer de uma dadiva no coração paulistano.
Foi ali naquele imenso matagal, que antes não passava de um pântano, que surgiu a maior realização de Maneco, de Manuel Lopes de Oliveira Filho, de meu avô, cada estufa, cada canteiro, cada ninho, cada arvore, cada sombra e água fresca.
Vieram flores de todos os cantos, entre tulipas e magnólias as que mais lhe encantavam.
Surgiram mamíferos de todos os tamanhos e formatos.
Desaguaram peixes de todos os tipos, de todos os riachos.
Pousaram aves com os mais belos cantos e penas por ali.
Assim como se transformaram todos os insetos, a nascer, ao esperar, ao se “metamorfar” em meio a tantas borboletas no alvorecer.
Igualmente como a fauna e a flora desse lugar surgiram mestres que enriqueceram o parque de Maneco.
Agradeço a Niemeyer que tal como uma abelha pois a terminar o sonho do Ibirapuera.
Agradeço Ciccillo Matarazzo que transbordou de cores a Bienal de arte, tal qual tão colorido como as costas de um besouro.
Agradeço a Eduardo Corona que ao olhar do universo trouxe todo encanto do espaço com a Oca, tal como as asas de uma libélula.
E agradeço principalmente ao meu avô, Manuel Lopes de Oliveira Filho , que deu início a tudo o que é o Parque de Ibirapuera, que hoje ele retorne tal qual uma borboleta, inseto que ele mais amava pra renascer na avenida e celebrar a natureza, assim como Ypy ra ouera.
Assinado: . Francisca Lopes Oliviera Filho.