Veados Comunistas ‘quer ver a confusão’ na “Luta, O Riso e A Crítica de Gordurinha” no Carnaval Virtual 2024

O MRESV Veados Comunistas divulgou o enredo que levará para a disputa do Grupo de Acesso II, do Carnaval Virtual 2024.

A agremiação irá cantar “Eu quero ver a confusão – A luta, o riso e a crítica de Gordurinha”, de autoria de Fernando Saol.

Confira abaixo a sinopse fornecida pela escola:

Eu quero ver a confusão – A luta, o riso e a crítica de Gordurinha

Oh, meu Senhor
Me perdoe
Não que eu já não soubesse
Que não sei orar
Nem rezar
Só sei pedir
Chorando e rindo
Que meu amor, meu senhor
Me ame como eu amo
Escrever músicas
Sobre o meu viver
Sobre viver
E que a trilha sonora
Tenha ritmo de súplicas

Nem sempre se pode
Viver sem derramar a dor
Mas só sofre, quem permite
O amor falar de si
E como eu amei Orora
Que mulher estonteante
Era musa em Cascadura
Sem malícia, sem pintura
Era linda de verdade
O azar foi todo meu
De ama-la com vontade

Logo oficial do enredo

Do jeito que foi, foi bom
Do jeito que é, tá lindo
Quem mora na Zona Norte
Sabe quando o trem vem vindo
E lá vou, madrugar na estação
Madureira não é longe
Longe é meu coração
Que cismou que sofrer de amor não dói
Eu não quero me afogar
Pego a barca à Niterói
Na Cantareira, burro é quem não cochila
Com o vento da Baía
Batendo nas orelhinhas

De tanto pegar a barca
Com o balanço do mar
Misturei as estações
Quase doido fui ficar
Só é maluco quem não se deixa levar
Pelo aroma das doçuras
Pelo salgado das marés
Trabalhador tem direito
De nunca reclamar
De dormir zero mil horas
De fazer areia brilhar

Quem é bamba, samba
Quem samba, bambeia
E de perna bamba
Faz samba com a vida alheia

Quando penso que nasci
Lá no alto do Pindorama
Cabeça grande é inteligência
Quem não respeita meu povo
Faz sumir minha paciência
Ioiô, iaiá
Ai, ai, Ioiô
Não me faça repetir
Que a Bahia embalou o Brasil
E o resto é interior
Piada quem não faz ninguém rir
É ofensa em qualquer lugar
Quem tem sangue nordestino
Precisa pintar o sete
Pro gatilho não apertar

A fome eu vi de perto
E não quero nem lembrar
Da época que o sol torrava
A pele de quem cedo acordava
Se eu vim pro Rio de Janeiro
Não foi pra pular o Carnaval
A poeira dos meus pés
Que vem do norte

E no chão, eu piso forte
Porque quero trabalhar
Pra a fome não me vencer
E a morte nem de perto, chegar

Na capital do Brasil
Eu vi o Tio Sam, sambar
Achando que a batucada
Se faz com zabumba
Se faz com guitarra
Mas o Tio Sam esquece
Que dentro da frigideira
Tem pandeiro no meu samba
Tamborim pra misturar
Miami com Copacabana
Grajaú com Guarujá

Pisou na banana, caiu
Engoliu o chiclete, engasgou
E só assim que o Tio Sam ouviu
Que o samba não tem bip-bop, senhor
Que macumba não faz ninguém vencedor

Que o Samba não é rumba
Nem aqui, nem em Colúmbia

Author: Lucas Guerra

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